quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Codinome Beija-flor - Barão Vermelho/ Cazuza






Pra que mentir
Fingir que perdoou
 Tentar ficar amigos sem rancor?


A emoção acabou
Que coincidência é o amor
 A nossa música nunca mais tocou...

Começamos percebendo que há uma ruptura, aqui. O término de um relacionamento... e o eu-lírico não aceita muito bem esse término. Sabe, quando dizem: "vamos ser só amigos, espero que você esteja bem..." ele não acredita nisso. Depois de um relacionamento, há, claro, um distanciamente inevitável e um sentimento ruim. Não adianta fingir, mentir, falar de perdão, ficar amigo... Quando diz que a música nunca mais tocou, é, como disse anteriormente, que a emoção acabou... nunca mais sentiram coisas boas um pelo outro.





Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
 Devagarzinho, flor em flor
 Entre os meus inimigos, Beija-flor

Aqui, ele expressa que nem ser educado, vale. Pois as intenções reais não tem como enganar. E começa a usar o beija-flor como vocativo e em maiúsculo. Usa justamente Beija-flor, pois já diz que ele, devagarzinho, desperdiçando o seu mel... Como o Beija-flor alimenta-se de néctar, de flor em flor, ele faz essa alusão. Quer dizer, o seu apaixonado sugou todo o amor, e ainda sugou de outros... esses outros se tornaram os inimigos, pois seu amado além de amar ele, amava outros. 

Eu protegi teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor

Aqui, ele admite que usou o Beija-flor como codinome do amado. Dizem que Cazuza se referia ao Ney Matogrosso, pois eles tiveram um relacionamento oculto e só foi retratado depois da morte de Cazuza pela sua mãe, em um livro. Como eles deveriam manter segredo, Cazuza usava o Beija-flor como codinome de Ney.

 Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-flor

Aqui, acredito que ele pede para o seu "Beija-flor" que nunca responda à qualquer um na rua, ou seja, que não se renda à qualquer um... Alguns dizem que fala de prostituição, para não se render à prostitutas e tals, mas sei lá, né... não acredito nessa interpretação um pouco mais "suja" :)

Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador
Aqui ele lembra quando eles já foram mais íntimos, quando "só ele podia"...
Segredos de liquidificador nos leva a imagem de segredos turbulentos, barulhentos, muitas coisas juntas, misturadas... ou seja, lembra de quando todos seus segredos, por mais loucos e de todos os tipos fossem, eram compartilhados... É uma metáfora bem diferente, bem "difícil"... mas bem extraordinária! Cazuza é Cazuza, né... não tem como esperar uma composição simplória dele.

Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
 Prendia o choro e aguava o bom do amor...


Uma das partes mais lindas, na minha opinião.

Nos mostra que aquela pessoa que fica com muito medo de sofrer, acaba perdendo a emoção. Aquela pessoa que passa o relacionamento inteiro se guardando, se preservando, para não sofrer... acaba "guardando" o choro, evitando decepções, evitando tempestades em copos d'água etc, e "aguando" o bom do amor... Ou seja, fazendo perder a graça... 
Aguar = água.. han han... quando você coloca muita água num suco... não fica aguado, sem graça? Então.


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Chico Buarque - Meu Guri



Quando, seu moço
Nasceu meu rebento
Não era o momento
Dele rebentar
Já foi nascendo
Com cara de fome
E eu não tinha nem nome
Prá lhe dar

"Seu moço" está como vocativo. Vemos que alguém está falando com esse "seu moço". 
Falando para o moço que nasceu o filho, mas não no momento de nascer.
Não tinha nada para dar pro filho = se trata de uma mãe - ou um pai - humilde. Nem nome tinha... humilde e analfabeta, sem condições para criar um filho.

Como fui levando
Não sei lhe explicar
Fui assim levando
Ele a me levar
E na sua meninice
Ele um dia me disse
Que chegava lá
Olha aí! Olha aí!
Não tinha nada pra dar pro filho, nem mesmo nome, como vimos anteriormente, mas o filho, desde pequeno, falava que "chegava lá": que ganharia na vida, conseguiria superar. Ficando claro que desde pequeno o garoto pensava em riquezas, não aceitava sua situação.
 


Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!
Chega suado
E veloz do batente
Traz sempre um presente
Prá me encabular
Tanta corrente de ouro
Seu moço!
Que haja pescoço
Prá enfiar
Me trouxe uma bolsa
Já com tudo dentro
Chave, caderneta
Terço e patuá
Um lenço e uma penca
De documentos
Prá finalmente
Eu me identificar
"Olha aí!" expressa o orgulho. O filho está trabalhando, pois chega suado do batente. Que orgulho, "olha aí! o meu filho conseguiu! está trabalhando..." Se orgulha tanto do filho, pois este está conseguindo comprar tantas coisas, tantos presentes... vemos que o eu-lírico desta música é uma mulher, antes poderia ser um homem ou uma mulher, o pai ou a mãe, mas agora está claro que é a mãe que se sente orgulhososa do filho, pela estrofe da bolsa. 
Aqui também vemos a inocência da moça, que pensa que o filho comprou a bolsa  e tudo que estava dentro... mas na verdade, sabemos que é roubada, pois tem até documentos. O que nem ela mesmo tinha, e na inocência de uma moça humilde, ela poderia aceitar uma bolsa com um nome, com uma agenda, um cartão e um nome, para poder ter uma identidade, o que nunca teve. E percebemos que o "veloz e suado" já é um indício de que ele chega mesmo é fugindo dos assaltos que cometeu.

Olha aí!
Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!
Chega no morro
Com carregamento
Pulseira, cimento
Relógio, pneu, gravador
Rezo até ele chegar
Cá no alto
Essa onda de assaltos
Tá um horror
Eu consolo ele
Ele me consola
Boto ele no colo
Prá ele me ninar
De repente acordo
Olho pro lado
E o danado já foi trabalhar
 Temos a certeza de que se trata de uma família pobre, eles moram no morro, inclusive ela fala que no morro está acontecendo vários assaltos - e ela nem desconfia de que seja o filho dela um dos assaltantes. Mesmo ele voltando sempre com muitas coisas... para ela, ele está trabalhando, conseguindo pela honestidade.

Olha aí!
Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!
Chega estampado
Manchete, retrato
Com venda nos olhos
Legenda e as iniciais
Eu não entendo essa gente
Seu moço!
Fazendo alvoroço demais
O guri no mato
Acho que tá rindo
Acho que tá lindo
De papo pro ar
Desde o começo eu não disse
Seu moço!
Ele disse que chegava lá
Olha aí! Olha aí!
Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí
Olha aí!
E o meu guri!...

Mais uma vez, ela se orgulha do filho. Se orgulha pois ele, agora, aparece no jornal. Estampado, com legenda...  Morto. Não diz se por policiais ou traficantes rivais. Mas o que importa é que é uma notícia sobre o assassinato de um traficante, mas a mulher, na sua ingenuidade, ainda assim acredita que ele está feliz, mesmo com os olhos vendados - pois, como é menor de idade, não poderia aparecer o rosto do garoto - e, só devido a posição do filho, expressão facial, que parece estar sorrindo... a mãe ainda acredita que ele está feliz. Percebemos também que agora no final esse "seu moço" com quem a mãe fala, pode ser um policial que trouxe a notícia.
Se a mãe sabia ou não, desconfiava ou não, do filho, não fica claro. Alguns dizem que ela se orgulha no final, mesmo com o filho morto, pois "um dia ele chegaria lá" e ele realmente chegou. Outros acreditam - e eu também sou mais chegada nessa interpretação - que a mãe só pensou que o filho estava contente, devido a foto, mesmo, que parecia que ele estava sorrindo, quando na verdade ele poderia ter estado sob efeito de alguma droga, uma vez que tem drogas que deixam a expressão facial de tal maneira etc.  

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Eric Clapton - Tears In Heaven



Em 1991, o filho de Eric Clapton, de apenas 4 anos, caiu do 53º andar, uma vez que a empregada tinha deixado a janela aberta. (Sabendo da notícia, a moça teve colapso nervoso e teve até que ser hospitalizada.) Inspirado na morte do filho, Eric compôs Tears In Heaven, segundo ele, a música o ajudara a aceitar a perda. Em 2004, decidiu parar de tocá-la em público, pois achava que era pessoal demais. A mãe do filho se recusou a ouvir a canção. Não tinha intuito de ser publicada, porém acabou se tornando hit internacional. Uma das músicas mais comoventes de Eric, e mais pessoal.

Nota¹: a voz do Eric já é maravilhosa, nesta versão acústica ao vivo creio que esteja mais ainda. Nota²: a base música, os solos, o ritmo da música, é de tocar o coração - sem nenhuma palavra, apenas com as notas musicas do simples violão. Nota³: a música é comovente e belíssima.

Você saberia meu nome
Se eu te visse no Paraíso?
Você seria o mesmo
Se eu te visse no Paraíso?
 Eric expressa o sentimento de que gostaría de reencontrar o filho no paraíso, não apenas uma alma, apenas uma luz, mas o mesmo filho que o acabara de deixar. Aquele que o reconhecesse, soubesse o nome, o chamasse de pai. 
Na parte: "você seria o mesmo" eu juro que escuto "could it be the same"... não sei se é válido postar aqui, pode ser loucura minha.. haha mas talvez as traduções estejam erradas... se for equívoco meu, perdão.  
Preciso ser forte
E continuar
Porque sei que não pertenço
Aqui no Paraíso.
Mas ele aceita  a perda... admite que é preciso ser forte e continuar firme, pois, querendo ou não, ele não está com o filho no paraíso. Está aqui, por enquanto, não pertence ao paraíso, somente à Terra.
 
Você seguraria minha mão
Se eu te visse no Paraíso?
Você me ajudaria a levantar
Se eu te visse no Paraíso?
Mais uma vez, "você seguraria minha mão?" aquele sentimento: você me reconheceria? Seria a mesma coisa, seríamos os mesmos, você jura, filho, que lembraria do meu nome e seguraria minha mão como tinha costume? 
"Me ajudaria a levantar": pois, se encontrasse o filho novamente, conseguiria sair da depressão, da profunda tristeza.
 
Encontrarei meu caminho
Pela noite e dia
Porque sei que não posso ficar
Aqui no Paraíso
Depois da "recaída", imaginando se encontraria o filho novamente e se este o reconheceria, mais uma vez aceita: "tenho que continuar, tenho que superar..." Entende que, dia e noite, ele tem que encontrar um caminho para continuar levando a vida, porque ele não está no paraíso...
O tempo pode te botar para baixo
O tempo pode fazê-lo curvar-se
O tempo pode partir seu coração
Fazê-lo implorar por favor
Implorar por favor

Além do escuro
Há paz
Estou certo
E eu sei que não haverão mais
Lágrimas no Paraíso
Ao passar do tempo você pode se ferrar. Pode acontecer desgraças com você. O destino nos arma cada uma. O tempo vai fazer você sofrer, quebrar seu coração... MAS, por trás de toda a dor, ele tem certeza de que há paz: e que no paraíso não existem lágrimas = não existe dor. 
No paraíso, quando ele encontrar o filho, vai parar de sofrer. 

Você saberia meu nome
Se eu te visse no Paraíso?
Você seria o mesmo
Se eu te visse no Paraíso?
Dizem que só um pai ou uma mãe pode descrever o sentimento que essa música desperta. Todos nós nos comovemos, mas acredito que não chegamos ao nível mais puro da música, tampouco conseguimos extrair a emoção 100% completa que nela está embutida.

domingo, 13 de novembro de 2011

The Police - Don't Stand So Close To Me



Um dois maiores hits dos anos 80, uma das minhas preferidas do The Police.
Foi escrita pelo vocalista da banda que trabalhou provisoriamente como professor de Inglês e passou por essa situação com uma aluna.

Professor jovem, o objeto
Da fantasia da garota do colegial
Ela quer muito que ele saiba
O que ela quer ser.
 Aqui está o começo da "paixão". Começa por parte da aluna, fica bem claro. Ela que vê o professor como objetivo de fantasia. A aluna que começa a se interessar pelo professor, jovem, que a desperta desejo e além de tudo, por ser proibido, passa a ser mais interessante. Logo, já começa a fazê-lo perceber que está afim do professor, insinuando-se, flertando, fazendo com que chame a atenção dele. Querendo muito que ele a note e perceba como ela está caída por ele.

Dentro dela está o desejo
Esta garota é um livro aberto
Marcador de livro, ela está perto agora
Ela tem a metade da idade dele!
Nesta parte, mais duas "etapas": a primeira, do fato de ela ser um livro aberto, revela que ela não era cuidadosa, não tinha vergonha ou medo. Era provocadora, se exibia mesmo e testava o professor. A segunda etapa, é quando o professor se dá conta: "ela tem metade da minha idade!" Para esse argumento como "surpresa", do tipo: "não pode, olha esse fato!", ele teria que ter pensado em algo antes de chegar à tal conclusão. Certamente houve um "deslize" do professor, uma hora ele chegou a pensar na hipótese, mas depois se deu conta do fato... ENTÃO...

 Não fique, não fique tão, não fique tão perto de mim! 
 Não fique, não fique tão, não fique tão perto de mim!
ENTÃO passa a manter distância, a tentar resistir, a torcer para que a aluna fique longe dele, pare de o testar. Quem sabe porque se não não ia acabar resistindo?
 
As amigas estão enciumadas
Sabe como as garotas conseguem ser más.
Às vezes não é fácil
Ser a queridinha do professor. 1
Tentação, frustação
É tanto que o faz chorar
Na chuva, ela espera o ônibus
O carro dele está quente e seco. 2
1- Um professor bonito, uma aluna dando em cima dele e ele meio que retribuindo: pelo "queridinha do professor", vemos que já há uma certa intimidade, e as garotas, como típico de adolescente, ficam com ciúmes, começam a falar mal, inventar fofocas, aumentar rumores... 
2- Tentação, frustação: é tanto que o faz chorar. Ele também quer. Mas não pode ser "tentado", e isso o frusta, porque ele realmente quer. 
A imagem que se dá da garota esperando o ônibus na chuva e o carro dele quente e seco é literal: podemos, no mínimo, imaginar que ele queria dar uma carona pra ela. Mas realmente acho que essa carona pode ser explícita, ele realmente deu uma carona no seu carro "seco e quente", já que a menina pegava chuva esperando o ônibus... Quem sabe foi só isso ou rolou algo mais no carro?


 Não fique, não fique tão, não fique tão perto de mim! 
 Não fique, não fique tão, não fique tão perto de mim!

Fofocas na sala de aula,
Para feri-los elas tentam e tentam.
Palavras fortes no vestiário
As acusações voam.
As fofocas começam a aumentar, justamente para "feri-los". Na sala de aula, no vestiário, começam a inventar histórias, acusar disso, daquilo...O que nao é nada bom para um professor.

É inútil,
Ele a vê, e ele começa
A tremer e a tossir
Tal como o homem velho do livro
Famoso de Nabakov.
E, para finalizar, se ainda havia dúvida de que ele estava afim da garota também, duas evidências:
1- Ele começa a ficar nervoso quando a vê, é inútil tentar fingir que não sente nada, só de vê-la começa a tremer e tossir, isso não é normal para quem não está nervoso com alguém.

2- Ele se compara como o "homem velho" do livro de Nabakov: o livro em questão é "Lolita", que tem esse nome justamente porque a garota do livro, de apenas 12 anos, chama-se Dolores, apelidada de Lola por seu padrasto que se apaixona por ela e torna-se obssecado pela mesma.


 Não fique, não fique tão, não fique tão perto de mim! 
 Não fique, não fique tão, não fique tão perto de mim...

sábado, 12 de novembro de 2011

The Beatles - Hey Jude



Minha banda preferida. Minha música preferida. Escolher uma música preferida dos Beatles é sempre algo difícil. Mas não venha com "é clichê" quando escolhemos uma clássica. Não é clichê, é clássica. É que não tem como não amar, é que me-re-ce ser reescutada e idolatrada por mais de 20, 30, 40 anos.  Hey Jude é aquela música que se você interpretar num momento de dor, consegue enxergar luz no lugar mais escuro que você esteja. Você consegue se confortar, acreditar em algo, acreditar pelo menos "um pouco".
Sobre esta música, há "versões" de histórias diferentes. Alguns, alegam que Paul McCartney escreveu com mensagem subliminar às drogas... No Verso: "No minuto em que você deixá-la entrar na sua pele/ Você começará a se sentir melhor" seria uma alusão às drogas, especialmente à heroína. No momento em que você usar drogas, vai se sentir melhor. Bom, outra versão, mais creditada e original, é a de que foi para o primeiro filho de Lennon, com Cynthia Lennon, que na época passava por um momento muito difícil de separação dos pais. Paul, que era muito chegado no garoto e amigo do casal, fez uma homenagem ao pequeno Julian, escrevendo, Hey Jude. 

Nota: Segundo Paul no The Beatles Anthology: "Eu achei que como amigo da família eu poderia ir a casa deles dizer que tudo ficaria bem, tentar animá-los e ver como estavam. Eu dirigi cerca de uma hora. Eu costumava desligar o radio nessas viagens e cantarolar, vendo se conseguia compor canções. Então comecei a cantar - 'Hey Jules - don't make it bad, take a sad song, and make it better...' – como uma mensagem de esperança para Julian. Tipo, ‘qual é cara, seus pais estão se divorciando, sei que não esta feliz, mas você ficará bem.’ Depois eu mudei o nome de Jules para Jud, que era um personagem em Oklahoma! (filme musical) e eu gostei do nome.”
  
Nota²: John Lennon já disse em uma entrevista à revista Playboy que achava que a música podia se referir à ele mesmo. A parte: "go out and get her" (você foi feito para sair e conquistá-la) poderia ser sobre ele e Yoko Ono, que tinham começado a se conhecer.

Bom, a letra é linda e não é complicada, creio que não há muito a explicar, mas queria começar com ela, mesmo. :) Aqui está:

Ei, Jude, não fique mal,
Escolha uma música triste e torne-a melhor.
Lembre-se de deixá-la entrar em seu coração,
Então você pode começar a sentir melhor.
Ei, Jude, não tenha medo,
Você foi feito para sair e conquistá-la,
No minuto que você deixá-la entrar na sua pele,
Então você começará a se sentir melhor.
 
Se você está triste, escolha uma música triste e "a torne melhor". Sabe aquela música triste, mas que toca o seu coração? Então, a ouça com coração. E deixe-a entrar pela sua pele, pelo seu corpo, pelo seu coração, sinta a música, a letra, a melodia, SIN-TA a música, e esse será seu remédio. No momento em que você "se render" à música, sentirá ela fazendo efeito dentro de você, começará a se sentir melhor. (Quem nunca passou por isso?)

E sempre que você sentir a dor,
Ei Jude, detenha-se,
Não carregue o mundo nos ombros.


Você bem sabe que é um tolo,
Que finge que está numa boa
Tornando seu mundo um pouco mais frio.
Na na na na na na na na..


Se você fica com medo, adianta ficar carregando isso? "Não carregue o mundo nos ombros", desfazer dos problemas, sentir-se mais leve. Você mesmo sabe que está se auto-enganando quando finge que tudo está "numa boa", por isso "sabe que é um tolo". E isso só faz o seu mundo ficar mais frio, só te deixa mais pra baixo.

Ei, Jude, não me decepcione,
Você encontrou-a, agora vá e conquiste-a,
Lembre-se de deixá-la entrar em seu coração,
Então você pode começar a melhorá-la.

Então coloque prá fora e deixe entrar
Ei, Jude, comece,
Você está esperando por alguém com quem realizar a performance.
E não sabe que é somente você?
Ei Jude, você consegue
O movimento que você precisa está nos seus ombros
Na na na na na na na na..
Você está esperando por alguém para tirar a dor de você? Alguém para te ajudar a se sentir melhor? Não sabe que isso depende somente de você, e que você é capaz de superar isso? O movimento vem de você... Ouça a música, não fique triste, não carregue essa dor...

Ei, Jude, não deixe mal
Escolha uma música triste e torne-a melhor,
Lembre-se de deixá-la debaixo da sua pele,
Então você começará a melhorar (Melhor, melhor, melhor, melhor, oh!)
Na, na na na na na, na na na, Ei,Jude
Na, na na na na na, na na na, Ei, Jude...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Chico Buarque - Valsinha


A primeira MPB. Algo mais digno do que Chico Buarque? Começo por "Valsinha", que é uma das minhas preferidas. Talvez pela ideia que me traz de uma época que eu não vivi - e sou tão apegada na saudade daquilo que não senti.
A primeira vez que li essa letra, interpretei de forma rápida e mais vaga, nem percebi  o "valor hippie" embutido nela. Depois que descobri, me apaixonei mais ainda. Nota: o nome de princípio da música era "Valsinha Hippie". Nota²: A música foi escrita por Chico e Vinicius de Moraes, na década de 70. Nota³: no final, posto aqui as cartas que eles trocaram na época discutindo sobre esta música.


Comecemos a interpretação.


Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a de um jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto, convidou-a pra rodar

 Primeiro, ele chega em casa diferente do modo que sempre chega, olhando de um jeito mais quente que o de costume e não xingando a vida, reclamando sempre. Ou seja, era um cara mal humorado (típico homem dos anos 70, estilo bancário), que chegava em casa de cara fechada, com olhar frio para a mulher, reclamando do dia, do trabalho, o que fosse, mas reclamando. E sempre a deixando no canto, com costume de ignorar a mulher. Mas nesse dia, convidou-a pra rodar, ou seja, convidou-a para dançar, sair. A mulher até se espantou.

E então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça, foram para a praça e começaram a se abraçar

Então ela voltou a se produzir, se embelezar, o que não fazia há tempo, já que o relacionamento esfriara. Colocou o vestido decotado, cheirando a guardado de tanto que ficou guardado, esperando para ser usado. Então, mais uma vez reforçando a ideia de que eles eram distantes, deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar. Foram para a praça e começaram a se abraçar: começaram a transar.
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu, e o dia amanheceu em paz

 "Dançaram tanta dança": transaram, se amaram, fizeram barulho, gritaram, que até acordou a vizinhança. O dia seguinte, amanheceu em paz. Pego esse "em paz" como uma interpretação de que as coisas passaram a melhorar para o casal, sem mais aquele distanciamente, olhar frio, resmungos do parceiro. 
Pode-se interpretar também que esse é o sonho de toda mulher da época. Enquanto ainda havia um modelo de vida no qual a mulher satisfeita em casa e o homem trabalhando, mesmo isso afetando as relações pessoais do casal, a mulher, por vezes, queria só que o homem fosse de tal forma como discrito no enredo da letra da música, daquele jeito carinhoso, daquele jeito jovem, que ama sua companheira. 
Não podemos esquecer das referências que são bases da letra: a ditadura militar da época, o modo de vida que se levava desde os anos 30, o conservadorismo e o movimento hippie que vinha tomando cada vez mais poder, desde 60, com todo o movimento de contra-cultura, a ideologia power-flower, beatlezíaco etc. 

As cartas: (retiradas pelo site oficial de Chico Buarque)

Notas sobre Valsinha
Por Vinicius de Moraes
Mar del Plata, 24/01/71

Chiquérrimo:

Dei uma apertada linda na sua letra, depois que v. partiu, porque achei que valia a pena trabalhar mais um pouquinho sobre ela, sobre aqueles hiatos que havia, adicionando duas ou três idéias que tive. Mandei-a em carta a v., mas Toquinho, com a cara mais séria do mundo me disse que Sérgio morava em Buri 11, e lá foi a carta para Buri 11.
Mas como v. me disse no telefone que não tinha recebido, estou mandando outra para ver se v. concorda com as modificações feitas. Claro que a letra é sua, eu nada mais fiz que dar uma aparafusada geral. Às vezes o cara de fora vê melhor estas coisas. Enfim, porra, aí vai ela. Dei-lhe o nome de "Valsa Hippie, porque parece-me que tua letra tem esse elemento hippie que dá um encanto todo moderno à valsa, brasileira e antigona. Que é que voce acha? O pessoal aqui no princípio estranhou um pouco, mas depois se amarrou à idéia. Escreva logo, dizendo o que v. achou.

VALSA HIPPIE

Um- dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar/
Olhou-a de um modo mais quente do que comumente costumava olhar/
E não falou mal da poesia como era mania sua de falar/
E nem deixou-a só num canto; pra seu grande espanto disse: /Vamos nos amar
Aí ela se recordou do tempo em que saíam para namorar
E pôs seu vestido dourado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços coma a gente antiga costumava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a bailar
E logo toda a vizinhança ao som daquela dança foi e despertou
E veio para a praça escura, e muita gente jura que se iluminou
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouviam mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu em paz.

Vinicius de Moraes


Resposta de Chico:

Por Chico Buarque
Rio, 2 de fevereiro (sem o ano)

"Caro Poeta,
Recebi as suas cartas e fiquei meio embananado. É que eu já estava cantando aquela letra, com hiato e tudo, gostando e me acostumando a ela. Também porque, como você já sabe, o público tem recebido a valsinha com o maior entusiasmo, pedindo bis e tudo. Sem exagero, ela é o ponto alto do show, junto com o Apesar de Você. Então dá um certo medo de mudar demais. Enfim, a música é sua e a discussão continua aberta. Vou tentar defender, por pontos, a minha opinião. Estude o meu caso, exponha-o a Toquinho e Gessy, e se não gostar foda-se, ou fodo-me eu.
Valsa Hippie é um título forte. É bonito, mas pode parecer forçação de barra, com tudo o que há de hippie à venda por aí.
Valsa Hippie, ligado à filosofia hippie como você o ligou, é um título perfeito. Mas hippie, para o grande público, já deixou de ser a filosofia para ser a moda pra frente de se usar roupa e cabelo. Aí já não tem nada a ver. Pela mesma razão eu prefiro que o nosso personagem xingue ou, mais delicado, maldiga a vida, em vez de falar mal da poesia. A solução é mais bonita e completa, mas eu acho que ela diminui o efeito do que segue. Esse homem da primeira estrofe é o anti-hippie. Acho mesmo que ele nunca soube o que é poesia. É bancário e está com o saco cheio e está sempre mandando sua mulher à merda Quer dizer, neste dia ele chegou diferente, não maldisse (ou xingou mesmo) a vida tanto e convidou-a pra rodar.
Convidou-a pra rodar eu gosto muito, poeta, deixa ficar. Rodar que é dar um passeio e é dançar. Depois eu acho que, se ele já for convidando a coitada para amar, perde-se o suspense do vestido no armário e o tesão da t... final. "pra seu grande espanto", você tem razão, é melhor que "pra seu espanto". Só que eu esqueci que ia por itens. Vamos lá:
- Apesar do Orestes (vestido dourado é lindo), eu gosto muito do som do vestido decotado. E gostoso de cantar vestido decotado. E para ficar dourado o vestido fica com o acento tendendo para a primeira sílaba. Não chega a ser um acento, mas é quase. Esse verso é, aliás, o que mais agrada, em geral. E eu também gosto do decotado ligado ao "ousar" que ela não queria por causa do marido chato e quadrado. Escuta, ó poeta, não leve a mal a minha impertinência, mas você precisa estar aqui para sentir como a turma gosta, e o jeito dela gostar desta valsa, assim à primeira vista É por isso que estou puxando a sardinha para o lado da minha letra, que é mais simplória, do que pelas suas modificações que, enriquecendo os versos, também dificultem um pouco a compreensão imediata. E essa valsinha tem um apelo popular que nós não suspeitávamos.
- Ainda baseado no argumento acima, prefiro o abraçar ao bailar. Em suma, eu não mexeria na segunda estrofe.
- A terceira é que mais me preocupa. Você está certo quanto ao "o mundo" em vez de "a gente". Ah, voltando à estrofe anterior, gostei do último verso onde você diz "e cheio de ternura e graça" em vez de "e foram-se cheios de graça". Agora estou pensando em retomar uma idéia anterior, quando eu pensava em colocá-los em estado de graça. Aproveitando a sua ternura, poderíamos fazer "Em estado de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar". Só tem o probleminha da junção "em-estado", o em-e numa sílaba só. Que é o mesmo problema do começaram-a. Mas você me disse que o probleminha desaparece, dependendo da maneira de se cantar. E eu tenho cantado "começaram a se abraçar" sem maiores danos. Enfim, veja aí o que você acha de tudo isso, desculpe a encheção de saco e responda urgente. Há um outro problema: o pessoal do MPB-4 está querendo gravar essa valsa na marra. Eu disse que depende de sua autorização e eles estão aqui esperando. Eu também gostaria de gravar, se o senhor me permitisse, porque deu bolo como o Apesar de Você, tenho sido perturbado e o disco deixou de ser prensado. Mas deu para tirar um sarro. É claro que não vendeu tanto quanto a Tonga, mas a Banda vendeu mais que o disco do Toquinho solando Primavera. Dê um abraço na Gessy, um p... no Toquinho e peça à Silvina para mandar notícias sobre shows etc. Vou escrever a letra como me parece melhor. Veja aí e, se for o caso, enfie-a no ralo da banheira ou noutro buraco que você tiver à mão.

Chico Buarque.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Pink Floyd - Another Brick In The Wall

Das músicas do Pink Floyd, acho que Another Brick In The Wall está entre as mais fáceis de entender. Não é preciso muita artimanha ou até mesmo pesquisar sobre seu significado para entender a mensagem, a menos que você queria se aprofundar. É só preciso de atenção. Pink Floyd é assim, é preciso de atenção. Como já disse um amigo meu, existe dois tipos de pessoas: as que gostam de Pink Floyd e as que nunca pararam pra escutar. Bom, mas vamos lá, sempre tem aquela pessoa que não domina muito bem o inglês ou que tem mais dificuldade. Ou simplesmente aquela que quer saber certinho o que a música quer dizer, seu contexto e sua história. Começamos então com este clássico.
Postei o vídeo do filme, The Wall, que é pra ilustrar melhor o que significa. E a parte que mais acho que seja a mais relevante é  quando o professor humilha o menino na classe, quando este está com um caderninho nas mãos e o professor, autoritário, pega o mesmo e diz para a sala: "Poemas, turma! Poemas!" e a sala, então, ri do menino. Já dá pra perceber que é uma crítica a professores extremos e autoritários, né? E o maior fato da música, é o coral. A música é cantada no refrão por um coral de crianças inglesas. O que torna a música ainda mais pura e digna de ser hoje um dos maiores hinos do rock clássico/progressivo mundial.
Vamos então para a letra e algumas observações.
A música é "segregada" em três partes. "Another Brick In The Wall Part 1.", "Another Brick In The Wall Part 2.", "Another Brick In The Wall Part 3." E ainda entre essas três partes, há uma outra música, que ainda se liga ao contexto de Another Brick In The Wall, e até é retratada no filme, como se fosse uma música só. "The Happiest Days Of Our Lifes".
(Você pode ouvir a música completa, com as três partes, aqui - acho que é até melhor para acompanhar a tradução: http://www.youtube.com/watch?v=dabH45Af2bo)

"Another Brick In The Wall Part 1" :
Papai voou através do oceano,
Deixando apenas uma memória,
A foto no álbum da família,
Papai, o que mais você deixou para mim?

Pai, o que mais você deixou para trás para mim?
Foi tudo apenas um tijolo na parede,
Tudo foram apenas tijolos na parede.
Bom, podemos tirar dessa primeira parte que: o pai ter "voado através do oceano, deixando apenas uma memória, a foto no álbum da família" quer dizer que o pai do menino viajou, "voar através do oceano" nos dá a ideia de viagem de avião. O pai do menino viajou, foi embora, e "ter deixado apenas uma memória, a foto no álbum da família" faz alusão ao isolamento do menino, a solidão. O pai foi embora e não levou o filho nem a esposa junto. Essa viagem é a ída do pai à guerra.
(Pode parecer confuso falar do pai ter abandonado o filho em uma música que fala sobre o autoritarismo de professores, mas é que Pink Floyd é essência. Suas músicas muitas vezes se interligam, às vezes até se complementam. Para entender melhor, assista ao filme "The Wall", com uma base de senso crítico e interpretações, conseguimos entender melhor. No filme, o menino que constrói o seu próprio muro, se afasta da sociedade e as ligações pessoais. Bom, não vamos entrar nessa questão. Mas é só para entenderem o porquê do "muro". O qual é citado em várias músicas, como por exemplo em "Hey You" e "Mother".)
"The Happiest Days Of Our Lifes":
Você! Sim, você! Fique parada, senhorita!" - diz o professor, à uma aluna.

Quando nós crescemos e fomos para a escola
Haviam certos professores
que machucavam as crianças de qualquer forma possível
Zombando de qualquer coisa que faziamos
E expondo qualquer fraqueza
Tão bem escondida pelas crianças
(gargalhada mecânica)
Aqui entra então o diálogo, na verdade o monólogo, do professor. Quando ele toma do menino seu caderno e zomba de seu poema para a classe toda. 
 O que temos aqui, rapaz?
Rabiscos misteriosos?
Um código secreto?
Não - poemas, nada menos. Poemas, classe!
O rapaz se acha um poeta!
Então recita o poema do menino:

  
"Dinheiro, volte.
Eu estou bem, Jack, mantenha suas mãos fora do meu monte.
Carro novo, caviar, sonhos acordados de quatro estrelas.
Acho que comprarei um time de futebol para mim."

O professor tira sarro do poema do aluno, que, na verdade, são trechos da música "Money", um dois maiores sucessos do Pink Floyd. O que faz sátira com a reprovação do professor, que diz que o poema é um lixo, quando na verdade poderia se tornar uma das maiores músicas de rock. Acaba tirando o incentivo do garoto.
Continuação da fala do professor, que o critica e fala para voltar a fazer o trabalho e prestar atenção na aula de matemática:

Absolutamente um lixo, rapaz!
Vamos em frente com seu trabalho!
Repita comigo:
Um acre é a área de um retângulo ...

Mas na cidade era bem sabido
Que quando eles iam para suas casas a noite
Suas gordas e psicopatas esposas esmigalhavam
Cada pedacinho da vida deles.
Essa já é a última parte dessa música, que dá continuidade no "Another Brick In The Wall,  Parte 2", indo direto para o refrão. É uma forma bem direta de dizer que a vida pessoal desses professores era miserável. A citação de esposas gordas e psicopatas esmigalhando cada pedacinho da vida não acho eu que seja muito abstrato. Imagine... eles voltam para a casa e suas mulheres já não são atraentes, já não são queridas, engraçadas, não os fazem bem. Aquela história de que "ah, o professor está mal humorado hoje porque não come ninguém há séculos". Então. 
"Another Brick In The Wall, Part 2":
Nós não precisamos de nenhuma educação
Nós não precisamos de nenhum controle de pensamento
Nenhum humor negro na sala de aula
Professores, deixem essas crianças em paz!
Ei! Professores! Deixem essas crianças em paz!
Em suma, é apenas um outro tijolo no muro
Em suma, você é apenas um outro tijolo no muro
"Outro tijolo no muro", quer dizer: a criança já estava criando seu muro, lembram? O pai ter abandonado ela, ela passando já por várias crises que a levavam à uma única saída: isolar-se do mundo. Criar seu muro. E o professor era mais um desse muro. O jeito com que ele trata as crianças, o jeito rude, só a faz apavorar-se mais e querer isolar-se ainda mais.   

Nós não precisamos de nenhuma educação
Nós não precisamos de nenhum controle de pensamento
Nenhum humor negro na sala de aula
Professor, deixe essas crianças em paz
Ei! Professor! Deixe essas crianças em paz
Em suma, é apenas um outro tijolo no muro
Em suma, você é apenas um outro tijolo no muro

"Errado, faça de novo!"
"Errado, faça de novo!" - Mais uma vez reforçando a atitude cruel dos professores. A pressão exercida na cabeça das crianças.
"Se você não comer carne, você não pode ter qualquer
pudim. Como você pode ter pudim se você não comer carne?"
"Você! Sim, por trás da bicicleta, parado, senhor!"

A música então é seguida por gritos e barulhos de coisas se quebrando, principalmente vidros. É a alusão a revolta das crianças, o cansaço com a tirania, a vontade de se liberar contra as atitudes do professor, de quebrar os equipamentos da escola. Os barulhos dos vidros são as janelas sendo quebradas, que nos remete a liberdade. E um dos marcos principais é o solo. Que não tem muito a ver com interpretação, apenas é bonito. Bonito? Genial. Vale a pena citar. Um dos maiores feitos do rock. 

"Another Brick In The Wall, Part 3" (Final) 

Eu não preciso de braços ao meu redor
E eu não preciso de nenhuma droga para me acalmar.
Eu vi a escrita na parede.
Não pense que eu preciso de alguma coisa.
Não! Não acho vou precisar de nada.
Ao todo, foi tudo apenas tijolos no muro.
Ao todo, vocês eram todos só mais tijolos na parede.
Segue da fase da "rebeldia". Os alunos querendo se manifestar contra aquelas atitudes. Braços ao redor: proteção. Eles não precisam de proteção, como se precisassem de proteção por estarem saindo do controle, eles não acreditam que estão saindo de controle, como se isso fosse algo ruim, apenas não estão conformados com as injustiças. 
 Droga para acalmar: remédio. Como se eles estivessem loucos, doentes etc. Mais uma vezes, eles não precisam. No final, ele diz que não precisa de nada. Nem remédios, nem proteção. Ao todo, no final, tudo foi só tijolos na parede. Ele se conforma com finalizar isolando-se, aumentando a altura do seu muro, distanciando-se ainda mais das relações com a sociedade.